06 junho 2008

E quantas lágrimas mais?






Demorei um pouco para me recompor.
Absorto em meus pensamentos tudo parecia silenciosamente dilacerar-se diante de mim.
As paredes e o chão, outrora tão incrivelmente sólidos, tão incrivelmente reais,
Eram agora como a incompletude perfeita da minha existência...
Vazios...

E eu me sentia como um ser sem existência,
Se é possível a um homem descarregar toda a sua consciência no nada, eis que o fiz...
Dei um salto sobre mim mesmo, escapei dos mais tristes labirintos de minha alma
E me perdi...
Onde estava eu que não mais em ti?
Não meu corpo que suspirava às graças de um pretenso gozo por ti proporcionado,
Que tremia gélido em cima de teus seis nus.
Onde estava eu que não mais em ti?

06/06/2008